15 de agosto de 2009

Redação de Português..

>Uma aluna do curso de Letras da UFPE resolveu mostrar seu domínio da Língua Portuguesa e deu nisso:

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

beijO chuchu'S

30 comentários:

Renan Barreto disse...

Esse texto é seu Nathália? É MUITO BOM!!!!!!! Adorei, extremamente criativo, talvez um dos melhores textos do ano, não, é um dos melhores textos que li esse ano com certeza. Muitíssimo criativo!!! Eu não ia ler, ia passar direto, mas fui lendo e lendo e ledno, quando vi já tinha terminado querendo mais!!! Foi muito bom mesmo. parabéns se foi voc~e que escreveu e parabéns tbm por ter escolhido caso não seja seu.

Bjo

To com blog novo!

http://renanbarretoonline.blogspot.com/

Karla Moreno disse...

Obrigada minha flor.. =)
Uma ótima semana pra voce!

Beijao, Kakau. =*

Babih Xavier disse...

Muito bom esse texto \o

ameii o blog moçaaa
parabéns
escreves bem ^^

Anônimo disse...

eu ja conhecia e putz adorei fiquei de cara a primeira vez que li certamente a guria é mto genio =)

camila locatelli disse...

>Uma aluna do curso de Letras da UFPE resolveu mostrar seu domínio da Língua Portuguesa e deu nisso:


Esta aluna é você???
Nuss o texto ficou completamente criativo
parabens

Stephanie Pereira disse...

eu queria ter escrito isso²kkkkkkkkkkkkk
mto bom cara, mto bom mesmo!

Beatrix disse...

É seu?

Nossa achei muitoi legal,super criativo.NUNCA na minha vida eu ia conseguir escrever algo tão bom assim...

;*

Taty Maria disse...

uhauahuahha muuuito bom ... mas que putaria da língua portuguesa hein rsrsrsrsr bjus

Sofia N. disse...

:O
Se eu fosse boa assim em português, tava feita, mas não tenho essa sorte...
Mas assim, sem noção de legal, como ela conseguiu?? O_O
Beijos

Anônimo disse...

Eu não conheço/não lembro 90% dos nomes de português! Sou terrivel nessa parte da decoreba! uashaushaush


Beeeeijos! =*

Anônimo disse...

Meu irmão faz zigurates parecidos =o
Hey, qual curso vc vai escolher para UFPE? Quero ver se acho minha concorrência pra assistencia social. o/

Thaís. disse...

A pergunta que não quer calar: Esse texto é teu, moça?
Se for, parabéns. Criatividade MIL!

Elizeu Soares disse...

olá,
Nossa que trocadilia de paravras legal me natalia!
Que da para se entender muito bem em!
Fica na paz...

Rebeca disse...

Gente uma amiga ja tinha me mostrado esse texto numa aula de Redaçao e eu ri muito!
Sensacional a menina que escreveu,ne?

beijinhos :*

Nathália E. disse...

E é exatamente por isso que eu sou completamente apaixonada pela língua portuguesa.

Beijo!

Rafael Sperling disse...

AHuAhAU
nossa, muito bom, hein?
Bjs

Kamilla Barcelos disse...

Esse texto arrasou! Muita criatividade! Perfeito!

Amanda disse...

Nossa, essa sabe português hehehehe
E sabe, isso é até um geito legal de aprender !
Adorei :)
Abraços,

Amanda

Jairo Borges disse...

Maravilhoso Nat! Só isso q tenho a dizer! Texto perfeito!! Meus parabensss! Incrível msm!

Eri disse...

que criativo!
natália! num consegui comentar no papo contemporâneo :(

Ana Cristina disse...

Oi! Muito obrigada pela visita lá no blog! Que texto legal, muito maneiro!
Meus parabéns pelo seu texto, você é uma excelente escritora.
Passando para agradecer e avisar que já tem novidades lá.
Ate!!

adenilson disse...

haha...percebe-se quem a dona da redação não é a autora do texto...
\o/
ótimo fds.
brigado pela força lá no blog.
grande abraço
e voltamos ao normal!
xD~

Eu, Thiago Assis disse...

ótimo exemplo de metalinguagem para se mostrar na escola ^^

Marcela disse...

MUITO BOM!!!!!

Como disse o Thiago aí em cima, ótimo pra mostrar pra alunos na escola!!!

Abraços.

Anônimo disse...

adorei! muito legal esse texto, muito criativo mesmo! se foi você que escreveu, já deixo meus parabéns! ;)

beiju.

Taty Maria disse...

nathália indiquei seu blog pra ganhar um selo blog de ouro passa lá pra pegar depois!!bjus

Anônimo disse...

Mt bom o textoo...
amei o/

deu vontade até de ler tudoo

:D

O EJC foi inesquecível!

bjs gatahh.

Auíri Au disse...

Show de criatividade, muito bom mesmo!!
Beijos

Anônimo disse...

Ameii
Muito bom mesmooo

:)

Ana Cristina disse...

Passando mesmo para conferi o seu bloguxo e para avisar que já atualizei o meu. Quando quiser passa lá para conferir. Espero que goste!^^
Beijos.