29 de março de 2010

FA - SE.

Esse texto abaixo nao é meu,mas ao ler sinto que ele saiu de miim..Quem escreve é a Drama Queen do Corporativismo feminino. Desculpem que eu sumii...

Estou numa vibe deprê, fato. O problema é que me sinto nos bastidores. Sinto como se rolasse uma mega estréia e minha função fosse somente abrir as cortinas. Não me dessem chance de subir no palco.

Essa mesmice me faz questionar o caminho que escolhi seguir. Ter uma vida programada me deixou menos eu. Faltam horas nos meus dias. Minhas paixões são colocadas de lado. Eu costumava gostar de música mais do que de respirar, no entanto, mal consigo me lembrar da última vez que pude ouvir um álbum inteiro. E os livros eram minha válvula de escape, mas hoje aprendi que se quero seguir nesse caminho eu devo direcionar minha leitura para livros jurídicos, e então adeus tardes de domingo na companhia de Asimov e Saramago. Sem falar nos idiomas! Eu costumava passar noites acordada estudando outra língua, outra cultura; hoje, se perco horas de sono com isso, me arrependo amargamente no dia seguinte.

Eu queria fazer tanta coisa, mas me sinto presa. Quando, finalmente, eu vou fazer minha viagem de mochila pela África? Quando eu vou treinar golfinhos no Sea World (estou desiludida com as orcas, okay)? Quando eu vou liderar uma expedição arqueológica? (Eu sei, eu sei, são realidades diferentes, mas os desejos são meus, então dá licença!)

Tem coisas que simplesmente não cabem na minha vida. Ou eu não sei onde encaixá-las. Ando tão ocupada sendo o que escolhi ser (e parece tarde demais para voltar atrás) e tentando corresponder às expectativas daqueles que confiam em mim, que não sei quando farei um moicano, por exemplo. Eu nunca quis um moicano, mas eu gostaria de ter opção de fazê-lo.

Mas sabem o que é o pior? Eu, que sempre gritei para o mundo o quanto achava triste ser comum, já me acostumei com os bastidores e não tenho mais voz para gritar ao mundo “Ei, eu sou interessante! Espera só até eu subir no palco!”

Queria jogar tudo pro alto e viver de paz e amor. Eu sou muito nova e não tenho que provar nada para ninguém (né?), mas a idéia de frustrar as expectativas de pessoas próximas não me agrada. Prefiro ser covarde e não viver. Prefiro gastar tempo desejando e não realizando. Prefiro ser figurante na minha própria vida.

E assim... A rotina me sufoca. O cotidiano é meu algoz. E tudo que eu poderia ser um dia, morre aos poucos. Mas eu vou continuar aqui achando que mereço o papel principal e de dedos cruzados torcendo para que tudo seja só uma fase.

4 comentários:

Érica Ferro disse...

Se adiar é perder mais tempo ainda.
Sobreviver, ou seja, vegetar, não é viver. Viver é arriscar e dar a cara a tapa.

Nati Pereira disse...

Acho que todo mundo já se sentiu assim. Beijo

Nayra Bastos disse...

Acho que todo mundo já se sentiu assim.[2]

Hoje mesmo eu estava refletindo enquanto ia para a universidade... Eu nao tenho mais vontade de ir para lá. Me decepcionei com a minha turma, as matérias deste semestre são chatas, eu quero um estágio, me divirto na internet, arranjei um namorado...
Não há mais nada de divertido na universidade. Só sonhar em sair dela :(
Eu queria trocar de turma :(

Daniel Savio disse...

Aff, fala sério, cadê aquela menina que se reinventava sempre?

Mesmo que em sonhos, você sim é capaz de continuar cada sonho teu, então os realizes, mesmo que seja mais tempo que imagina.

Fique com Deus, menina Nathália Monte.
Um abraço.